Entre cachoeiras, trilhas, praias desertas e costões de pedra, em Ilhabela não faltam cenários perfeitos para restaurar corpo, mente e alma.
Há algo profundamente restaurador no simples ato de respirar fundo diante do mar ou caminhar em silêncio por uma trilha de mata fechada. A sensação de alívio que sentimos ao entrar em contato com a natureza não é apenas poética: ela é fisiológica, mensurável e necessária.
Nos últimos anos, a ciência tem confirmado o que povos tradicionais sempre souberam: a natureza tem o poder de nos curar. Estudos apontam que ao passarmos pelo menos 120 minutos por semana em ambientes naturais — o equivalente a pouco mais de 15 minutos por dia — já podemos perceber efeitos significativos na redução do estresse, na melhora do humor, na função imunológica, na qualidade do sono e até no foco e na criatividade.
O simples fato de estar próximo ao mar, por exemplo, já representa um impacto positivo: a chamada Blue Mind — ou “Mente Azul”, termo usado para descrever os benefícios dos espaços aquáticos — pode trazer mais calma, reduzir a frequência cardíaca e induzir estados mentais semelhantes à meditação. E o mesmo vale para o verde da floresta: práticas como o shinrin-yoku (banho de floresta), nascidas no Japão, estimulam a presença plena e a regulação do sistema nervoso.
E se você está em Ilhabela, essa farmácia natural está logo ali, do lado de fora.
Entre cachoeiras, trilhas, praias desertas e costões de pedra, não faltam cenários perfeitos para restaurar corpo, mente e alma. Sem pressa e sem custo algum! Mais do que um privilégio, viver cercado de natureza é uma oportunidade de se reconectar com o que é essencial.
Aqui vão algumas ideias simples (e transformadoras) para colocar em prática:
Banho de floresta no Parque Estadual
Escolha uma trilha de baixa dificuldade, como a da Cachoeira da Toca ou a do Poço do Jabuti (na Trilha da Água Branca). Vá sem pressa. Sinta os cheiros da mata, observe os sons ao redor, toque nas folhas, molhe os pés. Não é sobre chegar — é sobre estar.
Respiração consciente ao amanhecer na Praia do Pinto ou na Feiticeira
Chegue cedo, antes que o movimento comece. Sente-se na areia, respire profundamente e deixe que o som das ondas te conduza para dentro de si. O ar do mar carrega íons negativos que, comprovadamente, têm efeito calmante sobre o cérebro.
Caminhadas descalças ou com ritmo leve
Escolha um trecho plano e tranquilo — como o caminho entre a Armação e a Pedra do Sino — e caminhe com atenção nos pés, nos passos e no entorno. Essa prática ativa áreas do cérebro ligadas ao equilíbrio emocional e à concentração.
Mergulhos em água fria (com consciência!)
Rios e cachoeiras como a de Paquetá ou a Água Branca (fácil acesso) são convites ao mergulho renovador. A água fria ativa a circulação, melhora a disposição, fortalece o sistema imune e tem efeito antidepressivo.
Esportes de remada ao pôr do sol
Se puder, experimente o stand up paddle, caiaque ou até a canoa havaiana em praias como Itaguaçu ou Portinho. O contato com a água em movimento e o horizonte aberto têm efeito imediato sobre a mente ansiosa.
A vida moderna nos ensinou a buscar o bem-estar em pílulas, dietas malucas, aplicativos, suplementos caros (e desnecessários!) ou academias luxuosas e instagramáveis (aesthetic).
Mas talvez a resposta esteja no oposto: em desacelerar, em pisar na terra molhada, na areia gelada e em olhar o céu com o tempo e presença.
E quando você sentir que está perdendo o centro, lembre: Ilhabela está aqui. A natureza, silenciosa e paciente, segue pronta para te acolher de novo.